Finalizado: A Casa Abandonada

Dom Jun 11 2023, 09:45

Relembrando a primeira mensagem :

A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Madrugada

Há aproximadamente duas semanas um misterioso viajante ouviu boatos de uma misteriosa criatura aterrorizando um pacato vilarejo ao norte de Honshu, uma vila nas montanhas que faz fronteira com a famosa vila de Utakata. Não havia como aquilo estar relacionado com o paradeiro de seu pai, porém, Haru descobriu que a tal criatura já havia causado a morte de inúmeras pessoas, incluindo crianças.

Era madrugada, as ruas estavam completamente vazias. Os passos sutis e rasteiros de Haru mal chamavam a atenção no silêncio obscuro em plena noite. Ele caminhou pela estrada e assim que botou os pés no vilarejo sentiu uma aura estranha naquele lugar, algo não estava certo.

Eu não tentei ser discreto em minha abordagem. Tampouco seria possível com o ranger de madeira constante que berrava, como se prestes a ser partido por conta do meu peso. Eu coloquei o primeiro pé para dentro do quarto. Todos os meus instintos gritavam, dizendo que era hora de ter cuidado.

Deixei-me aguçar meus sentidos espirituais, tentando sentir a presença de criaturas malignas, em especial na caixa ou no armário.

• Ações: Teste de Misticismo [19]

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Manhã

Conforme Haru caminhava para dentro do quarto, em sua cabeça um estranho chiado tomava conta, como um zunido que se dá no ouvido com a sensação de atordoamento. Um som constante que aumentava a medida que caminhava para dentro do cômodo. Ele não sabia dizer a origem exata, mas aquela sensação de mal estar era um sinal de agouro negativo, ele já havia presenciado aquilo algumas poucas vezes, porém, sabia que significava que algo ruim residia naquele ambiente.

Era difícil identificar onde estava a presença maligna, pois ela se impregnada por todo o recinto.

O desgraçado sabe muito bem que estou aqui e está brincando comigo. Caminhei até a caixa, agachando para então abri-la com a mão esquerda, enquanto colocava a mão direita sobre a arma, de prontidão para sacá-la a qualquer momento.

• Ações: Livre

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Manhã

A caixa rangia ao abrir, revelando um interior gélido, que causava um frio na espinha de Haru. Como se houvesse um peso enorme naquela caixa. Seu interior era apenas um liso em madeira, a caixa era menor do que parecia, cabia nas duas mãos do sacerdote. Dentro dela, uma espécie de colar com um lápis de cristal no centro. Haru o tocou e sentiu que aquele colar não era uma fonte de energia, porém um catalisador, estava negro como a escuridão mais profunda. Nesse instante, ele ouve a porta do armário escorrer, fechando, como se houvesse uma brecha anteriormente.

• Cristal Branco

Coloquei a mão sobre a caixa com certo cuidado, um pouco suspeito de ser uma artimanha demoníaca. O que meus olhos vislumbraram quando eu abri, no entanto, foi algo muito mais bonito: um colar adornado com um lindo cristal diamantino. Contudo, o cristal não me era estranho. Minha mãe possuía um parecido, porém ele tinha uma aparência clara e luminosa, um forte contraste com a coloração negra, carregada de uma escuridão profunda, do cristal que carrego em mãos.

Foi quando lembrei das palavras de minha mãe sobre o cristal: ele fica escuro ao estar na presença de uma criatura maligna!

Meu surto de memórias foi interrompido pelo ruído do armário se fechando. Criatura. Você viveu nas sombras do teu esconderijo durante cinquenta anos. Lamento informá-lo, mas sua data de validade expirou. – murmurei em um tom irritado, após guardar o pingente na bolsa. Lentamente, puxei o Tacape metálico que eu carregava, o qual possuia um Shikigami como anexo.

Permita-me guiar sua alma para um plano mais elevado... – mantive-me de prontidão para sua aparição, com o olhar cerrado e uma expressão séria. Eu presumia que estaria dentro do armário, mas estava aberto a outras possibilidades. Nunca se sabe onde criaturas de natureza etérea podem aparecer...

• Ações: Guardar Pingente -> Puxar Arma

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Manhã

As palavras de Haru ecoam pelo quarto, uma vibração estranha ressoava pelo ambiente. Guizos ecoavam num espectro intangível, como se o som viesse de muito longe, atravessando as paredes e penetrando o ambiente. A porta do armário começa a ranger. Lentamente ela se abre, revelando uma mão desformada, com um tom avermelhado. A mão abria a porta, revelando o traje de um guerreiro samurai, porém, seu rosto era deformado e monstruoso, ele gemia de dor. No peito da criatura, um colar carregando o crânio de três seres humanos. Um cheiro de podre vem de dentro do armário, ali, Haru percebe com o canto dos olhos diversos corpos apodrecendo.

HP: ?/? CH: ?/? PT: ?/?

Eu escutava os gritos de dor da criatura, observando seu colar de crânios com um olhar de desprezo. Dói, é? Não se preocupe, vai acabar logo – eu ergui meu tacape, me aproximando um passo de cada vez. Quando cheguei ao seu alcancei, respirei o ar ao seu redor, murmurando – Você fede Desci a arma em seu torso, mantendo-me alerta a seus movimentos.

• Ações: Movimentar -> Atacar [6]

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Manhã

Haru avançou como um trovão, desferindo um corte contra a criatura que zunia, mantendo o chiado constante enquanto habitava aquele quarto. Seus movimentos eram repletos de estática, era como se ele se movesse e ao mesmo tempo um eco o fizesse voltar dois segundos para onde estava no momento anterior, se misturando em múltiplas imagens. A espada de Haru atinge a do espectro, que a repelia com força. O fantasma avançou na mesma hora, terminando de desembainhar a Katana e desferindo um corte horizontal contra Haru, encontrando somente sua espada.

Haaru: -1 Postura

HP: ?/? CH: ?/? PT: -1 /?

Eu mantive meus olhos cerrados, aproveitando o momento de bloqueio do seu golpe, e agarrando o tacape com as duas mãos, buscando atravessar o peito do oponente em um rápido movimento.

• Ações: Estocada [8]

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Manhã

Um novo golpe de Haru vinha na sequencia, sem nem um segundo de pausa. Ele recuou a Katana e desferiu uma estocada, porém, o espectro a bloqueou com um saque ascendente, bloqueando o ataque, rompendo a postura de Haru. Neste momento, o fantasma gargalhou em um tom espectral, ecoando pela sala. A criatura deu um passo para frente, girando a Katana no punho e desferindo mais um corte, porém, o Sacerdote conseguiu o bloquear com a Katana empunhada verticalmente, se protegendo do corte pelo lado.

Haru: -3 Postura

HP: ?/? CH: ?/? PT: -2 /?

Miserável – cuspi o xingamento, desferindo mais um golpe contra o peito do desgraçado. Buscava bloquear também ficar atento pra bloquear seus golpes.

• Ações: Ataque [11]

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Manhã

Após seu bloqueio, Haru não se permitiu vacilar mais uma vez, ele tentou um ataque, atento à movimentação da criatura. Ele desferiu um novo corte, mas foi facilmente aparado pelo fantasma que seguiu com um avanço violento, cintilando em sua estática bizarra. Ele passou pela defesa de Haru e atingiu um corte na altura do estômago. Haru sentiu o frio da lâmina fantasmagórica, não só em seu corpo, mas em sua alma também, sentindo uma dor que era seguida de uma estranha sensação de tristeza e desmotivação, ele só podia urrar com a dor.

Haru: -55 HP, -100 CH

HP: ?/? CH: ?/? PT: -3 /?

O que... está acontecendo? Seria meu estado mental corroído pela fúria? Ou seria a falta dela que enfraquece meus músculos. Desferi novamente uma estocada, mirando seu peito.

• Ações: Estocada [6]

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Manhã

Haru sentiu suas mãos tremerem, apertando o cabo de seu Bastão com força, sua respiração estava pesada. Ele tentou estocar mais uma vez, conforme sua visão ia ficando turva, o nervosismo parecia estar tomando conta dele, porém, numa tentativa de manter a calma ele respirou fundo. O fantasma bloqueou sua estocada, ferindo sua postura completamente, porém, no instante em que o samurai devolveu o corte, Haru conseguiu defender a tempo, aparando o ataque e desestabilizando o seu Oponente!

Haru: -2 Postura

HP: ?/? CH: ?/? PT: 0/4

Eu me pergunto se fiz algo contra os deuses – eu olhava para o teto, em uma tentativa de olhar para o céu. Seria nervosismo do meu primeiro real combate contra uma criatura maligna? Não... vamos tentar novamente. Ataquei-o novamente e busquei bloquear seus ataques.

• Ações: Estocada [6]

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Manhã

Com a postura completamente aberta, Haru ignorou a fraqueza e o tremor em suas pernas para avançar com mais um golpe! O Fantasma que estava em sobrecarga, com uma estática ainda mais radical e um ruído ainda mais intenso conseguiu bloquear o ataque e devolver um corte vertical, de baixo para cima atingindo o peito de Haru, queimando seu corpo e sua alma com aquela mesma dor e tristeza de antes.

Haru: -40 HP, -85 CH

HP: ?/? CH: ?/? PT: 0/4

Que situação absurda. Se não fosse tão incrivelmente irritante, seria engraçado. Quer saber? – eu encarei a criatura com o olhar do mais puro ódio, que fervia meu sangue. Eu quase podia sentir a adrenalina fluindo em minhas veias. Eu dei um passo, descendo minha arma arma no fundo do seu peito com a mais pura intenção de destruí-lo. VÁ TE TOMAR NO CU! – me despi de toda a classe enquanto sacerdote. Naquele momento, eu só queria eliminar a criatura em minha frente.

• Ações: Estocada [17]

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Manhã

A visão do sacerdote estava ficando turva, seu corpo começava a fraquejar, porém, em um momento de escuridão, ele encontrou forças dentro de sua alma, e, com um grito de guerra, desferiu uma estocada poderosa na direção da criatura, perfurando seu peito e projetando uma luz através de sua Shikigami, que infundiu a lâmina em energia pura. O Fantasma começou a brilhar de dentro para fora, e, como um vaso, rachaduras se iluminaram, até que ele explodisse por completo, caindo no chão apenas os restos de essência de seu corpo.

Haru: +10 XP Estrela Bônus

HP: 0/180 CH: ?/? PT: 0/4

Ofegante, eu esmago com o pé a essência do fantasma, carregando em meu rosto um olhar do mais puro desprezo. O horizonte se curva à minha determinação, pois sou o caçador incansável das entidades profanas. – eu expresso com rancor uma frase que li em um livro, durante a infância. Meu olhar se depara então com os crânios, franzindo a testa e esboçando uma certa melancolia. Eram uma família tradicional, um pai, uma mãe e uma filha, talvez. É melhor enterrar eles... – proferi, partindo a procura de ferramentas que me permitissem tal ato. Infelizmente, no momento, eu não era capaz de cremá-los. Após buscar seus crânios e corpos do armário, com uma pá, preparei três buracos, não muito fundos, bem próximos um do outro. Em suas lápides, feitas com a madeira de tábuas removidas da Casa Abandonada, escrevi uma curta oração xintoísta. De pé, com o rosto pesado, proferi então uma benção.

Diante dessas testemunhas silenciosas, vítimas de uma tremenda crueldade e injustiça, solicito humildemente as bênçãos e a luz dos Kami. Concedo às vossas almas paz e sonhos longos. Rezo por vós em devoção. Que possam encontrar tranquilidade e um mundo de mistério, onde continuam a jornada da vida. Com a força divina e amor, que os grandes Kami lhes protejam dentro da eterna vida. Ouvi estas minhas palavras. Assim digo reverentemente. – terminei minha benção. Meu rosto já impassível e com machucados adornando o meu corpo, retornei um passo de cada vez até a casa.

Dentro dela, retornaria minha investigação a partir do quarto onde encontrei o fantasma. Olharia o armário e checaria se haveria algum fundo falso. Olharia todo o chão da casa, por um piso que permitisse alguma abertura. Manteria meu olhar bem alerta e os horizontes abertos a possibilidades de haver algo mais a fazer por aqui. Caso não houvesse mais nada, deixaria a casa com um tom melancólico, me questionando acerca de meu propósito. Este mundo carrega um fardo sombrio. Poderia eu, enquanto servo, fazer algo para aliviar as dores dessa Terra?

• Ações: Investigação [10]

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Tarde

Durante as próximas horas, Haru decidiu dedicar seu tempo à cuidar daquela casa. Ele purificou os corpos profandados e se livrou dos restos da maldição. A casa tinha um ar mais leve agora, tudo parecia mais calmo e sereno. Do lado de fora ele enterrou os corpos com uma pá, depois, decidiu investigar a casa até ter a certeza de que estava tudo em ordem. Além disso, conseguiu encontrar alguns itens de interesse.

• Obtido: 108 Sen, Geta, Biwa, Fragmentos de Metal ×4

Vesti o pingente do cristal, escondendo-o por baixo de minhas vestes. Logo ao terminar o trabalho, pisei para fora da casa. De imediato, senti o calor dos raios solares abrasando minha pele, quase como se estivesse prestes a pegar fogo. Coloquei uma mão sobre os bolsos, sentindo as poucas moedas que tinha, a outra protegia minha vista da luminosidade.

Devem bastar para um chapéu novo – parti em direção da cidade, à procura de uma loja que pudesse vender tal acessório. Ao menos para me proteger do açoite de mais de um dia de verão. Comi uma pastilha medicinal no caminho para aliviar um pouco da dor que estava sentindo.

• Ações: Comer Pastilha (+20 HP/Turno 1)

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Tarde

Depois de coletar o dinheiro, e, finalizar seu trabalho naquela casa, Haru deixou a moradia e tomou um novo rumo. Ele saiu pelo vilarejo em busca de alguma loja, foi caminhando pela estrada sob o céu quente, sentindo o calor em sua pele e em seus cabelos, o que o fez pensar na ideia de comprar seu novo chapéu, então, foi até a primeira loja de tecidos e roupas que encontrou, lá, o comerciante que era um homem de idade, sentado atrás de um balcão baixo, logo ao lado da entrada o encarou de olhos cerrados, e, acenou com a cabeça.

Boa tarde – me aproximei, parando de frente ao balcão. Realizei uma leve reverência em saudação. Estou em uma jornada por um tempo indeterminado, mas não tem sido fácil nesse verão. Preciso de um chapéu que proteja minha cabeça contra o raios do Sol. – falei ao senhor, com uma voz tranquila e um rosto plácido.

O que tem à venda? – abri a boca para falar de novo. Não tinha muito dinheiro, mas precisava de um chapéu decente que aguentaria o Sol, a chuva e outras condições adversas que se espera em uma viagem.

• Ações: Livre (+20 HP/Turno 2/5)

Ato 1: A Casa Abandonada

Haru – Vilarejo Ryonin, Tarde

O velho que recebia Haru com um aceno de cabeça prestou bastante atenção em suas palavras. Depois de ouvir o pedido ele apoiou os braços na mesa e fez força para levantar, com uma lerdeza que poderia ser confundida com uma tranquilidade infalível. Ele caminhou durante um minuto inteiro até os fundos da loja, de onde retirou a partir de uma prateleira um chapéu. Ele assoprou ele retirando um pouco de poeira que havia e voltou, durante outro minuto, até o balcão. "Custam 50 peças de Sen" ele disse.

Eu o observei lentamente caminhar até os fundos da loja, onde buscou um bom chapéu, como eu queria. Sua lentidão me fazia refletir sobre a velhice, e como é interessante que, as vezes, as pessoas mais próximas da morte são aquelas com maior paciência e tranquilidade em suas ações. Peguei as moedas, colocando-as sobre o balcão. Me despedi, vestindo o chapéu e pisando para fora da loja – Obrigado. Que os grandes Kami derramem suas bênçãos sobre vós.

O primeiro combate encontra seu desfecho. Contudo, na sombra de cada triunfo reside um novo tormento. Que os deuses me deem forças para enfrentar o que ainda me aguarda. – caminhei pela estrada, solitário, em rumo a um novo horizonte. Meu trabalho aqui estava feito.

• Ações: Livre (+60 HP pelos Turnos 3, 4 e 5)

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