Aventura: O Demônio Onihan

Aos poucos, ouvia os passos do capitão pelo longo do corredor, concluindo que ele tinha partido depois de alguns segundos, no que agora, se tornara silêncio.

Uma respiração profunda e uma expiração pela boca pesada. Era um suspiro de decepção com mistura de arrependimento. As palavras do homem não eram mentiras porém minha mente não deixava de batalhar com os dizeres "Mas ainda assim, não era culpa minha ele ter atacado. Eu só me defendi.... Queria o que? Que eu fosse morto para não infligir uma lei?" outrora culpava o homem que me atacou por ser estúpido suficiente por ter nos posto nessa situação, mesmo que ainda tinha um resquício de pensar que não se deve jogar suas consequência nos outros. Via que poderia me irritar com aquilo, tentava deixar de lado.

Mas ainda em meio maranhado de pensamentos, meu sentimento ruim ainda pesava por ter colocado um terceiro na equação. - Eu farei algo para recompensa-la, senho-- rita. - Falava pensando rápido e trocando o final da palavra, que já tinha dado problema antes. - Você só está aqui por minha culpa e mesmo que tenha ouvido antes, não me apresentei a você. Meu nome é Tenaka. - E mesmo que ela não possa ver, tinha esboçado um pequeno sorriso  - Obrigado por tentar me ajudar. Você é uma pessoa boa. - Mesmo não a conhecendo, tentava tirar conclusões que poderiam ser precipitadas, pois por enquanto, ela tinha ganho essa visão pelas experiências própria das pessoas que o ajudou.



° Ação: Livre;

Ouço as palavras de Hanzo, tal qual entendo as suas motivações em estar nos prendendo. Talvez ele nem sentisse vontade de fazer isso de fato ou até mesmo simpatizou com o garoto, mas ele era uma pessoa diferente.

Eu sequer podia ver o rosto do garoto, mas eu sabia que aquele tipo de resposta iria revoltá-lo, não demorou muito para ele se expressar para mim e pedir informações sobre quem sou, o senso de responsabilidade que ele tinha, assim como a maneira que se culpava... Me lembrava da minha antiga vida "Garoto... da próxima vez apenas pense bem antes de se meter em confusão, ainda mais na luz do dia. Aquele homem é uma pessoa justa, íntegra. Ele provavelmente deve ter simpatizado com você, mas o dever dele é maior que a individualidade nesse momento." Estico meu corpo levantando meus braços e indo para o meio da cela e me sentei de pernas cruzadas, tentando me manter calma e respirar num ritmo sereno, induzindo um estado de quase meditação.

Aquilo durava alguns longos segundos, pensava na última frase dita por ele, mas, ao mesmo tempo penso na integridade que tenho que manter agora que estou mais próxima dos "Corvos", respiro fundo, lembro da noite onde tudo isso começou e digo com uma voz ainda mais serena "Você pode me chamar de Kanao".

e por fim começo a imergir em meus pensamentos, sentimentos e expectativas para meus breve objetivos.

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Ouvia a sua argumentação e entendia em partes oque estava dizendo, mesmo que ainda meus pensamentos diziam que eu não tinha feito nada de errado... mas parecia que todos demonstravam ao contrário, cada um com suas verdades mas todos em consenso.

- Kanao... Prazer. - Repetia seu nome, como um silabar testando como soaria harmonicamente e ao mesmo tempo gravando em minha cabeça.

Olhava novamente para o lado de fora da cela mas focando em nada, em só meus pensamentos. - Você luta bem. Deve ser bem experiente e ainda luta a longa distância. É incrível. - Dizia em um tom ingênuo e com uma pequena admiração em minhas palavras ao lembrar dos deslumbres e pequenas memorias de sua arma conseguir chegar ao brutamontes.


° Ação: Livre;

Sorrio com o elogio dele, era bom ver alguém reconhecendo minhas habilidades, apesar de ter muito o que melhorar  "Eu agradeço, você é bastante gentil. Eu tenho muito que praticar ainda, uma mulher tem que saber se defender." Soltava uma risadinha após o dito. "Você é forte, aguentou a pancada de um demônio! Não deixe de praticar."

Ainda na minha posição de meditação, começo a entrar mais em meus pensamentos e me deixar levar por aquele estado a qual eu me encontrei "Preciso ser melhor..." Começava a rever em minha cabeça os treinamentos com Kiyo-sensei, tentando aprender com minhas próprias falhas, já que eu passaria muito tempo presa ali.

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- Kusarigama
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Ainda por um lado, pensava que iria sair rápido dali mas cada dia que passava, meu entusiasmo e  otimismo iam juntos. Na cela, andava algumas vezes em círculos, seguindo todo perímetro do local, até mesmo fazendo mini desafios mentais que criava no momento. Algumas vezes, tentava conversar com Kanao conversas triviais, pois não achava digno de perguntar sobre sua vida após faze-la ir para prisão. Outros dias, mais quieto perdido nos meus pensamentos e no nada.

Após mais alguns dias, não via muita diferença do templo para a prisão, a diferença que um era um local menor do que o outro e eu não podia treinar com minha espada. Também ouvia a retirada do prisioneiro que tinha causado tudo aquilo, mais cedo.

Passados os trigésimos dias, não sabia exatamente quanto tempo estava ali mas já era mais acostumado aos meus próprios pensamentos. Já tinha pensando em quase tudo e gastado meus esforços mentais nos assuntos, ao ponto de estar tranquilo.

Quando Hasegawa sentou-se a frente da minha cela, eu estava no meio dela, sentado com as pernas cruzadas e com meus braços apoiados em minhas coxas, para deixar minha coluna ereta. Era uma posição que usava enquanto não estava escorado na parede ou deitado.

Após ouvir a pergunta do capitão, ficava alguns segundos quieto. Naquele momento, minha cabeça tinha entrado em funcionamento de novo, pensando milhares de coisas para falar, como "Não irei ajudar mais ninguém. Ou se eu ousar ajudar, farei escondido" em um pensamento de arrependimento,  "Eu deveria ter matado o homem antes, pelo menos. Ai teria motivo real para me prender" em um pensamento de raiva mas escolhia o pensamento mais sensato deles, um que eu pensava mais no começo dos dias.

- Eu poderia estar melhor, sinceramente mas estou aguentando... - E abria um pequeno sorriso que no final era sincero. - Mas Hasegawa-san, duas perguntas. - Enquanto falava, levantei minha mão com o dedo indicador levantado, indicando o numero um. - O senhor é o capitão da divisão de incêndios e roubos e recebeu um chamado de emergência. Duas situações urgentes ocorreram simultaneamente: em uma casa, um incêndio ameaça a vida de seus ocupantes, entre delas crianças que estão dentro, enquanto em outra, um roubo está acontecendo em uma família importante de Utakata. Você tem recursos limitados e precisa decidir como alocar sua equipe para máxima eficiência. Qual deve ser a sua prioridade? Deve-se concentrar no incêndio, onde vidas estão em risco, ou no roubo, onde a propriedade de uma família muito importante está sendo ameaçada? - E então levantava o dedo seguinte, completando o indicador de numero dois - E não sei se lembra mas aquela idosa que protegemos... Ela conseguiu se recuperar do dia? Lembro de suas compras, que poderia ser seus produtos para venda, serem jogados no chão e pisados por aquele homem... - Ao final da pergunta, demonstrava um semblante pensativo e de preocupação, mesmo passado vários dias.



° Ação: Livre;

Na primeira quinzena continuei com esse processo, dando ênfase a meu treinamento, assim como mantive meus pensamentos em meio a meditação em torno do planejamento do meu objetivo atual.

Durante aqueles dias fui me arrependendo cada vez mais de ter interferido no combate e auxiliado as pessoas, definitivamente agir de bom grado e com bom coração não trazia muitas vantagens para a minha vida. Passei a contar os dias ansiosamente para saber em quanto tempo eu sairia daquele lugar, minha diversão se tornou observar os turnos dos guardas, tal qual ouvir os resmungos dos outros presos.

O estresse de pouco em pouco ia começando a ser domado, minha irritação não podia ser descontada de nenhuma maneira a não ser voltando a meditar e recriar as cenas de combate que tive anteriormente, inclusive contra aquele homem gigante que me derrubou tão facilmente.

Enfim o último dia chegara, os passos do capitão revelando sua imagem de sempre, tal qual com uma curiosidade que se estendeu por todos esses dias. "Senti sua falta Capitão, achei que não fosse mais te ver... Maaas, estou precisando voltar para a minha vida, tenho algumas coisas para resolver, pessoas para cuidar, já devem ter sentido minha falta."Brinquei com ele no começo, mas ainda assim estava sendo sincera, precisava voltar a vida normal... Mas uma coisa eu não podia deixar me questionar: Qual era seu propósito com aquela decisão? Apenas nos punir? Se foi por esse motivo, deu certo... Mas uma coisa eu não me questionei durante todos esses dias "Isso aqui estava muito quieto durante esses últimos dias, o Demônio Onihan ainda está por aqui?" Questionei despretensiosamente sobre o causador de tudo, eu sabia que ele tinha sido preso junto de nós dois, mas por algum motivo não sentia sua presença.

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- Kusarigama
Dano: 50(25)
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