Aventura: O Resgate

Você recebeu um contrato de um de seus contatos para assassinar um sacerdote. Era um homem corrupto, que abusava da fé alheia para roubar dinheiro dos menos afortunados. O trabalho parecia simples, uma morte sorrateira, como tantas outras. Horas se passaram em observação, até que o momento perfeito surgiu, quando ele estava sozinho e embriagado em sua casa. Porém o destino lhe guardou uma surpresa amarga. Quando estava prestes a cometer o assassinato, homens trajados religiosamente surgiram por dentro de cômodos fechados da casa, um deles aparentava ser particularmente poderoso. À sombra da noite, uma armadilha foi tecida, tramada por um antigo contato que havia se voltado contra você.

Vítima de uma traição, não viu alternativas se não fugir. Mesmo cercado, você encontrou uma abertura e saltou pela janela, partindo em direção à floresta logo ao norte da casa em que estava. Em sua fuga, porém, foi atingido por uma magia estranha. Ela não lhe feriu, mas fez seu corpo pinicar em cada canto, como se estivesse sendo observado por todas as direções.

Na floresta, era escuro e difícil de enxergar. Mas não pôde relaxar, pois a poucos metros atrás, uma intensa luz irrompia da arma daquele poderoso sacerdote, que estava em sua perseguição. Subitamente, porém, você sentiu o som dos passos dele diminuir. Ele gritou a seus homens, enquanto você seguia em frente – Ele está entrando na Floresta da Bruxa. Vamos contornar, ele não tem por onde fugir. Ele pareceu confiante, talvez algo relacionado à magia que lhe atingiu. De qualquer maneira, eles não pareciam mais perseguir você, como se temessem algo dentro daquela floresta sombria. Diante da escuridão, a luz do luar revelava uma trilha à sua frente, tecendo um fio prateado de esperança, como um convite da noite, apontando o caminho para algum lugar desconhecido.

Yamato se afasta da cabana e segue pelos arbustos, ainda com visibilidade para a trilha principal. Ele escala então uma árvore de 2M e aguarda as visitas.

Não muito tempo depois, ele ouviu o barulho de passos do lado de fora da trilha. E então uma voz masculina, trêmula e assustada – P-por que a gente tá aqui mesmo? Yamato olha na direção e vê as quatro pessoas, a primeira, uma mulher de cabelos longos e escuros, a 10M, se aproximando em direção à cabana. Ela abre a boca e retruca o homem. Deixa de ser mulherzinha. E fica quieto... aquela vadia foi longe demais dessa vez.

O homem covarde estremecia, soltando um pequeno gritinho afeminado só de ouvir a voz do demônio. Ele dava alguns passos para trás, enquanto os dois acólitos a sua frente puxavam as lâminas, surpreedidos pela voz misteriosa que ecoava na floresta. Eles não tinham captado ainda de onde vinha a voz. Apenas a mulher da frente, de cabelos escuros, olhava em sua direção. Ela também parecia um pouco abalada, mas não deixava que isso fosse interferir – Merda... como se não bastasse ter que lidar com aquela mulher.

Suas palavras soavam como uma ameaça, mas ela sabia que você poderia ter atacado e não o fez. Após refletir sobre suas palavras, ela parecia ter entendido de certo modo a situação. Então você encontrou ela... a história é bem simples. Ela matou o próprio filho... e agora ela quer matar o filho da minha Senhora.

Os capangas atrás pareciam desconfortáveis, ora se entreolhando, ora olhando para a mulher à frente. Talvez questionando as razões pela qual ela ainda estava falando com o Oni e não o atacando ou mesmo preparando uma fuga. Os olhos dela brilharam em uma luz amarela sutil por um mísero instante, enquanto ela olhava para você, antes de falar novamente. Ela não precisa sair. Não quando nossos Irmãos foram transformados em lacaios... eu não sei como ela soube. Mas enquanto meu Senhor e seus acólitos estavam indo atrás de... bem, você. Ela usou um dos nossos para cometer outro crime. Minha Senhora... ainda não sabe, e eu prefiro que continue assim até que eu traga-o de volta.

Ora... mas lacaio não é o termo certo. Aqueles que são bem pagos se chamam de... mercenários. – as palavras ecoaram em um tom quieto, sendo escutado apenas por vocês que estavam bem próximos. Os três acólitos viraram o pescoço de maneira súbita para a mulher, assustados com suas palavras. V-você está louca? Ele é um demônio... nós matamos demônios.

Você está livre para tentar matá-lo se quiser... mas situações extremas exigem medidas extremas. – ela retornou o rosto para você, que estava acima da árvore. A prioridade é recuperar o filho de minha senhora, mas é possível que tenhamos de matar aquela mulher. Caso aceite, será bem pago e eu garanto que... desde que não faça nenhuma gracinha... nenhum dos nossos irá persegui-lo. Os outros acólitos não pareciam gostar nada da sugestão, mas a situação parecia bem séria.

A mulher manteve uma postura ereta. Nada muito sofisticado. Ela provavelmente já sabe que estamos aqui, então a porta do elemento surpresa já se fechou. – ela retirou um pequeno frasco de suas vestes, com um pequeno sorriso. Mas não quer dizer que ela saiba de tudo. Essa belezinha aqui é uma Bomba de Dimerítio.

Ao romper o frasco, ele libera uma nuvem de um pó metálico inibe habilidades mágicas por um curto período. Isamu, aqui, resgatará a criança na primeira oportunidade que surgir, seja ela dentro da casa ou não. – ela deu um tapinha no ombro do rapaz medroso, que estremeceu com o toque. Agora, me diga como você luta, suas aptidões e qualquer informação útil. – ela se dirigia a Yamato em um tom apressado, não querendo deixar a criança com a Oni por mais tempo do que necessário.

A mulher sorri suavemente. Se a situação não fosse tão grave e estivesse dialogando com um Oni, ela poderia até ter dado uma bela risada. Serve. – ela retribuía com uma única palavra também, dando com os ombros. Temos que ir – ela chamava seus companheiros e Yamato para seguirem em direção à casa.