Finalizado: Ren vs Tenaka

Post O1

Havia uma certa calmaria em meio a floresta. Os sons do farfalhar das folhas, a umidade do ar e o cheiro de terra molhada acalmava meu coração e minha mente perturbada, memórias do passado que pesam bem mais do que as que eu construía no presente. Me deixava embalar por aquela calmaria, buscando a paz que minha alma insistia em roubar de mim e por alguma razão me vi sendo guiado, como outrora, a ruídos que não faziam parte daquele ambiente.

Congelei.



Tenaka-san. — Meus movimentos seguiram os dele assim que o corpo do rapaz se curvou, demonstrando o mesmo respeito. — Não há pelo quê agradecer, afinal, o machuquei desnecessariamente...  — Comentei conforme tornava a posição ereta. — Tive receio de que houvesse causado danos graves, mas…  — Senti as bochechas aquecerem e ligeiramente desviei o olhar, sem graça. — Que bom que cuidaram bem de ti e se recuperou por completo. — Conclui, afinal, se ele estava empunhando a espada novamente em meio a um treino, certamente estaria no mínimo, recuperado. O olhei de canto por alguns segundos tentando averiguar realmente a situação do outro até encará-lo novamente. Assim como espadas que se cruzavam em palavras silenciosas, aquele olhar dizia mais do que qualquer discurso poderia detalhar.

 Teste de Iniciativa (Frieza): 17

Post O2

Porque aquele sorriso ainda pairava em minha mente?

Mordisquei o lábio inferior tentando afastar a feição exibida pelo rapaz após nos encontrarmos novamente, não deveria ser nosso semblante, palavras ou gestos a falar por nós e sim o som metálico de nossas lâminas, era isso que deveria ficar gravado em nossas mentes, o brilho das espadas se encontrando, mas, aquele sorriso simplesmente insistia em surgir, como uma lembrança que não deveria ser esquecida.

Meus lábios moveram-se, mas as palavras morreram em minha garganta antes mesmo de chegar a minha boca. O que eu desejava falar? Todo o meu corpo estava tenso naquele instante, inspirei na ânsia de manter-me tranquila, tal qual a margem de um lago intocado. Arrastei meu pé direito para a frente mantendo o esquerdo logo para trás, uma postura já conhecida por ele, a decisão de um ataque direto, assim como anteriormente, minha mão foi em direção a empunhadura da katana e por uma fração de segundos meus olhos fecharam-se para então tornar a visualizar o rosto masculino, não havia hesitação ou dúvidas, meu corpo se moveu, buscaria aquilo que mais me dava vantagem naquele momento, minha velocidade, utilizando-a na intenção de uma apróximação rapida; os raios de sol que penetravam as folhagens das árvores iluminaram a lâmina assim que esta foi retirada da bainha, o caminho reto que tomei em direção ao rapaz ganhou um leve desvio, a katana se estendeu em direção ao lado direito dele, seria ali que o atingiria, contudo o lado que estava usando dessa vez era a parte não cortante, não desejava vê-lo machucado novamente, pelo menos, não naqueles primeiros instantes.

° Ações: Se mover [Manobra] & Atacar [Ação Padrão]

Post O3

Meu primeiro movimento foi realizado com convicção, a emoção de nossas lâminas se encontrando mais uma vez por alguns segundos preencheu a minha alma com uma estranha euforia, contudo, a visão do rosto masculino desacordado veio à minha mente. O Sangue que tentei estancar conforme pressionava seu peito em bandagens improvisadas. Meu coração parou uma batida, respirar era difícil, o ar pesava em meus pulmões, talvez por isso a força daquele ataque se desbalanceou, perdeu o objetivo resultando em algo no mínimo patético. Essas seriam as palavras usadas por meu pai.

Um ataque patético.

Mas não conseguia evitar. As lembranças de seu corpo sem energia desabando em minha frente, o olhar que se perdeu até fechar-se e a falta de expressão em seu rosto me trazia uma estranha sensação. Vazio, medo e solidão. Perdi-me na visão da cabeça do rapaz apoiada em minhas coxas conforme aguardava com certa ansiedade que ele finalmente acordasse daquele sono que, para mim, pareceu durar décadas. Ainda podia sentir, como se fosse hoje, a maciez de seus cabelos negros, a delicadeza dos traços masculinos que perdia-se naquela expressão de completa paz. Uma estranha confusão surgiu abalando aos poucos minha confiança, não em minhas habilidades ou nas dele, mas temia machucá-lo mais uma vez, não apenas seu corpo, mas sua alma. Porque? Por que essa sensação tão estranha e ao mesmo tempo familiar me invadia naquele instante? Lembranças e sentimentos que jurava não serem meus, um passado de outra embaralhava-se com meu presente, meus próprios sentimentos. Uma completa confusão.

O que havia de errado? Algo mudou, a convicção que tanto me orgulhava parecia pouco a pouco se fragmentar. Por alguns instantes senti meus dedos liberarem vagarosamente a empunhadura da minha katana. Desistir? Jamais. Aqueles pensamentos, aqueles sentimentos, tudo aquilo era um sonho. Momentos que não me pertenciam, desejos que não iriam me guiar. Tomei firmeza em minhas pernas, os joelhos flexionaram, a mão segurou minha arma como se um vento mais forte pudesse levá-la para longe. “Não posso me deixar levar, não devo”, os pensamentos fluíam de forma frenética, mente e coração divergindo em suas decisões. — "Me desculpe." — Inspirei buscando recuperar a razão que havia perdido naqueles breves segundos, avancei, um golpe direto, sem truques ou estratégias, talvez um ato impensado, um desejo inútil de afogar tudo aquilo que eu não deveria sentir. A lâmina girou, a parte cortante seguiria em direção a ele, um corte que viria da esquerda para a direita, de baixo para cima, visando acertar a lateral do rapaz, algum lugar dentro de mim pedia que ele desviasse ou se livrasse, mas mesmo assim o golpe seguiu firme.

Aquele era o meu caminho.

E precisava me convencer disso. Não havia linhas sobrando para reescrever algo que não me pertencia, um rosto desconhecido que agora se confundia com o dele. Aqueles sentimentos não eram meus, aquelas sensações eram de outra pessoa, mas as lágrimas, Ah! As lágrimas que desejava derramar, a dor presa em meu peito, essas sim pertenciam a mim. — "Me desculpe Tenaka, mas como outrora, essa luta... Precisarei levar até o fim."


°   Ações: Atacar [Ação Padrão]

Post O4

O som de nossas lâminas se encontrando novamente ecoou em meus ouvidos, senti a katana vibrar em minhas mãos. Agora era o rapaz que ditava os passos daquela nova dança, Tenaka não parecia o mesmo, sua determinação parecia inabalável, já não atacava de forma insensata como antes, seus movimentos estavam sendo calculados, havia ali uma clara evolução por parte do outro, no entanto, minha convicção não era algo tão frágil ao ponto de me fazer desistir, tal qual ele, também queria ditar o ritmo de nossos passos, daquela dança apenas nossa.

Eu estava disposta a arriscar tudo.

aproveitei-me daquele momento, da aproximação que o outro foi obrigado a manter para realizar aquele bloqueio, meu corpo se moveu apenas o suficiente para a lateral visando ocultar brevemente meu lado esquerdo no mesmo instante em que minha destra abandonou a empunhadura da katana, era manter a arma apenas com a canhota daria chances para o outro me desarmar, porém, levando a mão, agora livre, até a lateral da minha cintura brevemente oculta, alcancei minha tanto  com um único objetivo, acerta-lo em um golpe direto em sua lateral no instante em que puxei a segunda arma, minha intenção não era perfurar nenhum órgão vital do rapaz, por isso o movimento foi realizado com cautela.


°   Ações: Sacar a Tanto [Manobra] & Estocada [Ação Padrão]